terça-feira, dezembro 08, 2009

O erro do clicRBS.

Texto de Roberto Siegmann
Vice-presidente de Serviços Especializados do Sport Club Internacional


Saímos do Beira-Rio ontem com uma certa frustração, afinal deixamos escapar um título. Aos poucos, escutando as emissoras de rádio e procurando imagens na TV, fomos nos dando conta de que não é pouco o que ocorreu com o INTER. Somos vice-campeões e, de forma privilegiada, estamos classificados para a Libertadores. Mas como CAMPEÕES DE TUDO, queríamos mais. Muito mais!

Bem, mas chegar à última rodada dependendo de um resultado paralelo tem suas dificuldades e seus mistérios ocultos. Fizemos nossa parte, vencemos o nosso jogo. Qual, então, o balanço da campanha? Não há dúvidas que positivo. O campeonato foi repleto de surpresas e de alternâncias na liderança, onde sempre figuraram os grandes clubes brasileiros. Alguns que estiveram em primeiro lugar sequer conquistaram a sonhada vaga na Libertadores.

No futebol só há um erro - não ter ambição, "jogar a toalha". Ambicionamos o título e a vaga na Libertadores. Como consequência, era de se esperar um tratamento realista por aqueles que têm, como nobre missão, a de informar o público. Sim, digo informar a opinião e não formar opinião. De um modo geral foi assim: lamentar, mas reconhecer que apesar dos obstáculos e dos equívocos, houve força de reação e disposição para vencer.

Longe de ser de crise, o nosso momento é de mobilização e de mais ambição. Abre-se, para nós, em nome do Rio Grande do Sul e do Brasil, um enorme espaço para mostrar ao mundo, ainda mais, quem somos. Por que, então, tratar a situação do Inter como de crise? Será que não há no futebol do Rio Grande do Sul situação diversa da nossa? É claro que sim. Onde estão os incontáveis erros dos outros que passaram o campeonato inteiro sem sequer integrar o G-4 por uma rodada que seja?

Há na abordagem do CLICRBS, apontando "os sete erros do INTER", um exercício de ficção e de perigosa exposição de jogadores e de dirigentes. Ver o filme do final para o começo, criando enredos, é uma tremenda falta de criatividade. Se um time que termina o ano com dois títulos e três vice-campeonatos merece uma matéria onde só há a exposição dos supostos "erros"? O que se escreverá, então, de um outro time que não disputou sequer uma final neste ano? Nenhuma linha a respeito. Dois pesos, duas medidas.

Isso tudo me faz lembrar a crise em Honduras: um presidente deposto, uma embaixada servindo de asilo, imputações de fraude eleitoral e quase nada na imprensa mundial. Já os EUA e os grandes países figuram sempre nas primeiras páginas dos principais órgãos de imprensa do mundo. Até o vestido da mulher do Obama dá notícia. É óbvio. Só pode ser isso! Os grandes atraem mais que os pequenos, provocam mais acessos e leituras.

Mas, para terminar, falando em erros, lembram quem noticiou de maneira, no mínimo excêntrica, que no Rio Grande do Sul a FIFA havia escolhido dois estádios para sediar um grupo do mundial de 2014? Isso, ao mesmo tempo em que todos os veículos de comunicação do mundo falavam apenas em Beira-Rio, bem como a própria FIFA e o comitê organizador da Copa.

Quem clicou não esqueceu!

Nenhum comentário: