segunda-feira, maio 10, 2004

SAPOS
Eu devia ter nascido sapo. Teria alguns girininhos. Passaria o dia na lagoa, sem lavar o pé. Ficaria lá, na boa, sem incomodação, sem dívidas, sem sentimentos, sem desilusões... apenas comeria alguns insetos e cuidaria dos girinos. A irracionalidade do sapo é algo magnífico! Ele não é feliz, porque não consegue entender o que é felicidade, mas em oposição à isso ele não é triste, pois não entende o que é tristeza. Saudade então o sapo nunca vai sentir, ele não tem como lembrar. O sapo é um cara legal, que leva a vida numa tranquilidade só, não lava o pé porque não quer, e ainda brinca com a perereca. Eu quero ser um sapo.

Nenhum comentário: